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Nos últimos anos, a discussão sobre diversidade e representatividade dentro do meio publicitário ganhou uma força exponencial. O que antes era um assunto distante de ambientes corporativos, hoje, ocupa espaço na mídia, nos debates institucionais e, principalmente, nas redes sociais, onde quase toda discussão encontra espaço para crescer e alcançar o mainstream. E ainda bem.

Digo isso porque há tempos, nós, publicitários, criativos e executivos da área, precisávamos de um alerta para que começássemos a nos questionar. Até que ponto nossas criações estavam presas a estereótipos e padrões que ignoram a diversidade existente em nosso país? Além disso, se a realidade era essa, não seria por que dentro de nossas empresas também faltava essa tal diversidade?

Acredito que as respostas para esses questionamentos não estão distantes de nós. Recentemente, pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva revelou que três em cada quatro brasileiros gostariam que a publicidade brasileira representasse melhor a diversidade populacional do País.

O fato é que já começamos de dentro das agências, modificando estruturas internas e permitindo que todos os tipos de pessoas ocupem os espaços de comunicadores. Dessa maneira, é natural que sigamos um caminho no qual nossas marcas estejam realmente conectadas com as pessoas, de modo que criemos com todos e também para todos.

Pensar em empresas mais plurais é, hoje, uma tendência mundial, cobrada pela sociedade como um todo e em todas as áreas possíveis, desde o Vale do Silício até a cidade de São Paulo. Nesse sentido, acredito que as agências de publicidade conseguem estar um passo à frente, pois temos a preocupação diária de impactar seres humanos diferentes entre si, e isso não consegue ser feito sem que tenhamos pluralidade entre nossos colaboradores. Trata-se de um processo contínuo: se, em primeiro lugar, as agências se preocupam e promovem a diversidade sociocultural, é normal que a publicidade de seus clientes transite por esse mesmo caminho.

Assim, precisamos ter em mente que a Comunicação é uma das ferramentas mais poderosas que temos em mãos. Criamos conteúdo, mas também criamos cultura. Podemos ser responsáveis pela construção de autoestima, e também pela inexistência dela; pelo respeito ao próximo, ou pela total ignorância em relação ao que é diferente de nós mesmos. Tudo isso, através de um comercial de televisão, ou em um post nas redes sociais.

Não podemos mais nos permitir ignorar questões que são centrais para um grande número de pessoas. Sempre foi nossa função, enquanto comunicadores, estarmos alinhados às tendências, sejam elas mercadológicas, econômicas ou sociais, portanto, esse momento também exige de nós o compromisso de que trabalharemos para promover cada vez mais a representatividade – em todos os sentidos – dentro do ambiente publicitário.