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Maurício de Sousa dificilmente comete erros em suas histórias. Ainda que não participe mais dos roteiros, o quadrinista consegue imprimir um senso de qualidade em quase todas as publicações que levam os seus personagens, felizmente “Cascão Porker” não é exceção a esta regra.
A história parodia o primeiro filme da saga “Harry Potter” (Harry Potter e a Pedra Filosofal) em 52 páginas de ritmo frenético onde O Cascão Porker  salta entre os principais fatos da produção com piadas e mais piadas, citações e ironias. Em alguns momentos todo o quadrinho da história faz um gracejo rápido apresentando uma personagem nova que imediatamente sai de cena ou um diálogo que brinca com outras histórias fantásticas.
Apesar de ser bem escrachado, o humor funciona pois é claramente proposital, em dado momento Cebolinha (que na história corresponde ao amigo de Harry, Rony) comenta a “forçada” de um dos trocadilhos infames, mas engraçados, que estão presentes em toda narrativa.


Outro ponto positivo, claro, é o desenho, a colorização da história parece estar sobre o rascunho deixando de lado algumas aspectos da arte-final; o que favorece a caracterização e ajuda a fazer com que a trama pareça ter um novo apelo criando uma identificação com a história original. O mesmo pode se dizer das cores muito bem escolhidas; tanto as tonalidades como os contornos e sombreamentos fornecem uma atmosfera diferenciada que remete a
estética utilizada nos filmes de Harry Potter.
A história tem por meta valorizar a rapidez econômica que passa por vários fatos longos com uma velocidade que impressiona; algo que pode incomodar um pouco os leitores acostumados com as tramas mais cadenciadas presentes nos quadrinhos de linha Turma da Mônica.

Outra coisa é a profusão de piadas, trocadilhos e ironias que povoam a edição; eles são muitos e variados, a maioria funciona bem, mas alguns parecem “forçados” em excesso,  assim a obra pode desagradar os mais preciosistas. Em “Cascão Porker” o estilo é: “quanto mais piadas tiver e mais inusitado for, melhor”. Certamente não é uma história que agradará a todos os fãs, sobretudo aos fãs de Harry Potter já que a obra tem como destaque Cascão e sua turma e não os bruxos originais de Hogwarts, que são usados como pano de fundo. Todavia, o bom humor onipresente e arte muito bem trabalhada fazem de “Cascão Porker” mais um dos inegáveis acertos da Turma que encanta
gerações e que não deve em absolutamente nada para  os grandes quadrinhos infantis do mundo.

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