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Nas últimas décadas as livrarias e bibliotecas foram invadidas por jovens que buscam descobrir na leitura conhecimentos nas mais diversas áreas.  Jamais se produziu e distribuiu tantos livros como na atualidade. A revista Veja divulgou que a série Harry Potter vendeu mais de três milhões de exemplares no Brasil e 400 milhões em todo o mundo. Em 2008,  Stephenie Meyer repetiu o sucesso editorial com a saga Crepúsculo que soma mais de 120 milhões de exemplares vendidos, destes cinco milhões só no Brasil.

Mas todos esses fenômenos editoriais não substituem a literatura clássica, diz o professor Hélio Justino, coordenador de língua portuguesa do colégio Galois. Hélio acredita que deve existir um equilíbrio entre os gêneros literários.  A literatura livre é importante para o desenvolvimento do leitor, mas é nos livros tradicionais que estão contidos  pontos de extrema importância para o enriquecimento cultural. “Livros como Harry Potter são válidos porque despertam o interesse do adolescente pela leitura, mas trabalhar com os clássicos é necessário para as discussões temáticas, estudo sobre o autor e história do país”, explica Hélio.

O uso dos livros digitais, conhecidos como e-books, é um debate recorrente no mundo literário. Há quem prefira e defenda as obras com o formato original de folha e tinta. A jornalista Susane Tavares, por exemplo, prefere um bom calhamaço de páginas ao dispositivo digital. “Não trocaria um livro normal por um virtual. Quando leio um livro no computador, minhas vistas cansam e facilmente minha atenção se volta a outra coisa. Já quando leio o tradicional, fico envolvida  completamente ao conteúdo”, diz Suzane.

Porém é cada vez mais comum encontrar amantes da literatura digital. O estudante de marketing do UniCEUB, Pedro Yago Machado, conta que depois de ganhar um iPad passou a ler no dispositivo. Pedro aponta a vantagem do aparelho de poder ter mais de dez livros, usando apenas alguns gigas e poder lê-los sempre que desejar. “Acho interessante esse novo ambiente em que a literatura se coloca. Essa revolução dos livros digitais nos trouxe benefícios, como poder carregar uma pequena biblioteca para qualquer lugar”, conclui.

O coordenador do curso de pós-graduação em marketing e comunicação digital do Iesb, professor Marcelo Minutti destaca que a demanda por títulos e conteúdo digital é crescente entre os brasileiros.  “Em relação ao e-book o consumo só deve aumentar no país, já que o crescimento das vendas de livros em formato digital no exterior cresceu 164% só em 2010”,  disse.

Marcelo ainda chama a atenção para algumas vantagens que os dispositivos digitais oferecem ao consumidor.  “Existem aparelhos que possibilitam ao usuário fazer  marcações e anotações durante a leitura. A conexão com a internet ainda permite que você olhe quais trechos do livro foram mais marcados pelos leitores do mundo todo. Esse tipo de ferramenta pode ajudar muito nos estudos”, exemplifica Marcelo.

Falta cultura literária

Monteiro Lobato, um dos maiores autores brasileiros e criador do sítio do Pica-Pau Amarelo disse que “um país é formado de homens e livros”. Dessa forma ele ficaria muito satisfeito com o desenvolvimento dos leitores no Brasil. Pesquisa divulgada pelo Ministério da Cultura em agosto de 2010 afirma que o índice de leitura no Brasil cresceu mais de 150 % nos primeiros dez anos deste século. Apesar do aumento de 1.87 livros lidos por ano para 4,7 , a média de leitura do brasileiro ainda é baixa, mas demonstra uma evolução.

Karla Oliveira é autora do blog Coffies and Movies, um espaço virtual com mais de 16.000 visitas mensais, que fala sobre livros, séries e filmes. A blogueira lê em média 80 livros por ano e tem parceria com diversas editoras. Karla disse que o brasileiro ainda tem pouca intimidade com a leitura e aponta alguns dos problemas que dificultam a formação de uma cultura literária. “ Eu não vejo uma grande divulgação do mercado literário. Acho que o livro deveria ter uma publicidade tão forte quanto a dos filmes.

A leitura também é um costume que se aprende em casa. Karla deixa claro que sua paixão pelos livros nasceu por influência de seu pai. “Parece até meio clichê falar isso, mas sempre que ia dormir meu pai me contava histórias. Quando aprendi a ler foi ele quem me deu o primeiro livro, O fantástico mistério de Feiurinha de Pedro Bandeira. Desde então nunca mais parei de ler”, orgulha-se.

Livros mais vendidos

Não existe uma fórmula mágica para identificar com números precisos os livros mais vendidos de todos os tempos. As dificuldades vão desde divulgações dos lucros de sucessos editoriais recentes até a impossibilidade de se encontrar exatidão na quantidade de exemplares distribuídos de obras antigas como a Bíblia Sagrada e o Alcorão.

Uma lista popular que circula na internet e foi divulgada pelo  site de informações Wikipédia mostra os dez livros mais vendidos da história. O artigo no sítio ainda alerta para possíveis divergências, mas confirma uma unanimidade nos dois primeiros colocados, a Bíblia Sagrada e As citações do comandante wao. Além de literatura clássica, sucessos mais recentes como O Senhor dos Anéis e Harry Potter e a pedra filosofal figuram entre os dez mais

http://comunidade.maiscomunidade.com/conteudo/2011-10-29/educacao/6480/OS-NOVOS-CAMINHOS-DA-LEITURA.pnhtml