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Um acordo do governo de São Paulo com os supermercados prevê o fim do uso das sacolas plásticas no estado. A medida não tem força de lei, mas quer acabar com o uso das sacolinhas até o fim do ano. Para se adequar às novas exigências do mercado, as empresas investem na produção de embalagens sustentáveis.

O Brasil consome 14 bilhões de sacolas plásticas por ano. Quando jogadas nos bueiros, elas entopem as redes de esgoto, causam enchentes e poluem o meio ambiente.

Para enfrentar esta situação, o Brasil prepara leis. O objetivo é preservar o meio ambiente e criar produtos sustentáveis. Além de São Paulo, cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Jundiaí, no interior de São Paulo. procuram regulamentar e restringir o uso de sacolas plásticas.

Na capital paulista, a distribuição de sacolas plásticas em estabelecimentos comerciais, está proibida por lei aprovada pelo prefeito Gilberto Kassab em 19 de maio. As empresas têm até o dia 31 de dezembro para cumprir a nova norma e quem não aderir estará sujeito a multas.

O problema chama a atenção do consumidor e movimenta o mercado de embalagens biodegradáveis. Uma empresa, por exemplo, aposta nas sacolas de papel kraft reciclado. É um papel feito de fibra de bambu.

“Fibra de bambu vira sacola a partir do momento que a usina está usando o bambu junto com aparas diversas e celuloses claras. Nós temos aqui uma sacola desse papel, resistente, uma sacola que a gente pode colocar em torno de oito quilos nela sossegado”, diz o empresário Rodrigo Cimatti.

O papel reciclado é comprado em bobinas de 600 quilos. A sacola ecológica é produzida em uma máquina que imprime o logotipo do cliente, corta, dobra e cola o papel com uma mistura de amido de milho. A colocação da alça é terceirizada. A máquina produz 2 mil sacolas por hora. Cada uma é vendida por R$ 0,64.

Para montar uma empresa como essa, o investimento é de R$ 200 mil. O valor inclui reforma do espaço, capital de giro e a máquina de fazer sacolas. Para o empresário Cimatti, a conscientização ecológica aumenta a cada dia e a tendência desse mercado é de alta.

“O que a gente via como modismo hoje é conscientização, a onda verde tomou mesmo conta do mercado e a gente pretende até o final do ano estar fabricando 1,8 milhão de sacolas, mais ou menos, para o Natal.”

A empresa atende 100 clientes por mês, como uma rede de cafeteria. Segundo o dono, Marco Suplicy, 100% do café vendido aqui é certificado e rastreado, e ele precisava de uma embalagem à altura.

“O cliente não se incomoda, está embutido no preço e ele não se incomoda que seja um pouquinho mais caro por causa desse pequeno cuidado”, afirma.

A rede de cafeteria compra 10 mil sacolas de papel por mês. O produto verde diferencia o negócio perante o consumidor. “A gente compra já consciente e fica feliz sabendo que estamos fazendo a nossa parte”, afirma Nicole Petta, cliente.

Um acordo entre os supermercados e o governo de SP promete agitar ainda mais o mercado. Agora, a proposta é trocar o plástico por embalagens ecológicas em 2012.

Sacola de amido de milho
Para atender a demanda, uma empresa lançou a sacola biocompostável. Enquanto o plástico permanece mais de 100 anos no meio ambiente, a nova sacola se decompõe em 120 dias.

As sacolas são feitas de amido de milho. Quase não tem diferença das sacolas tradicionais. O amido vem em grãos, misturado com um polímero biodegradável.

A produção é feita em uma enorme máquina de 7 metros de altura. O amido é derretido e sai inflado como um balão – as duas metades da sacola. O equipamento trabalha sem parar, dia e noite. São 100 kg de bobina por hora. E as encomendas só crescem.

A bobina vai para outra máquina, onde recebe impressão do logotipo. Depois, ela é cortada e já sai com a alça. O teste comprova a resistência da sacola de amido. O empresário Roberto Brito usou mais de 4 mil kg de matéria-prima até chegar ao produto final.

Para fazer a sacola verde, o investimento foi de R$ 3 milhões. Dinheiro usado para comprar os equipamentos e a matéria-prima, fornecida por uma multinacional. A nova sacola sai ao custo de R$ 0,16 a unidade, quatro vezes mais que a tradicional de plástico.

“Ela é mais cara por conta de um desenvolvimento novo, é uma coisa que está começando no mundo agora, devido à onda verde que estamos enfrentando”, afirma Brito.

O preço, contudo, não intimidou o mercado. Em cinco meses, a produção das sacolas biocompostáveis aumentou 10 vezes. Hoje são 14 milhões de sacolas por mês.

Algumas cidades já estão usando as sacolas de amido de milho. É o caso dos supermercados de Jundiaí, onde o produto é vendido ao consumidor. O peso no bolso ajuda na conscientização do cliente.

http://g1.globo.com/economia/pme/noticia/2011/06/empresas-investem-em-alternativas-sustentaveis-para-sacolas-plasticas.html